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segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Mitos da nutrição


Saiba o que é verdade e o que é lenda quando o assunto é uma boa alimentação e a prática de atividades físicas


Por Fernanda Silva

Você já deve ter ouvido, por diversas vezes, pessoas dizerem que o consumo de ovo pode elevar o colesterol, que ficar sem comer, mesmo sem uma dieta correta, emagrece, que chocolate faz mal para a pele, entre outros. Mas será que essas afirmações são realmente verdadeiras? Para isso, o O2 Por Minuto, com a ajuda de nutricionistas, selecionou alguns dos mitos mais famosos para serem esclarecidos.

1 – Comer carboidratos à noite engorda. Na verdade o que importa não é o horário em que os carboidratos são consumidos, mas sim a quantidade ingerida, pois o que engorda é o excesso de calorias. Ao consumir carboidrato, nosso corpo o armazena em forma de energia. Se esta não for gasta em atividades físicas, é absorvida pelo organismo em forma de gordura, promovendo então um aumento de peso.

“É comum durante o dia as pessoas terem um pobre café da manhã, um almoço exagerado e depois só voltam a ingerir comida novamente à noite, após o trabalho quando estão cansadas. Então, nesse momento pode haver um exagero de alimentos, especialmente os mais calóricos”, explica o nutricionista da Nutrição Fácil, Luís Ricardo de S. Alves. “À noite, o nosso metabolismo também diminui e ingerir uma refeição mais leve, com menores quantidades de gorduras e carboidratos refinados, é o mais indicado”, complementa a nutricionista Tarcila Beatriz Ferraz de Campos.

2 - O consumo de ovo é prejudicial à saúde. Além de ser um alimento de baixo custo e de fácil preparo, o ovo possui ferro, vitaminas A e E, proteínas de alta qualidade, gorduras insaturadas (saudáveis) e apenas 70 calorias. O mito que ronda por trás do alimento é que ele aumenta o colesterol ruim (LDL) e o risco de doenças cardíacas. “A gema do ovo tem grande concentração de colesterol, no entanto, se for ingerido moderadamente e numa dieta balanceada e orientada, não possui colesterol suficiente para colocar a saúde em risco”, explica Tarcila.

3 - Ingerir líquidos durante a refeição engorda. “Não, não engorda. Porém a quantidade indicada é de apenas de um copo por refeição, pois o que pode ser prejudicial é comer e tomar líquidos em grande quantidade”, revela a nutricionista. Bebidas com muitas calorias, como refrigerantes e bebidas alcoólicas também podem ser prejudiciais. Se o líquido forconsumido com moderação, dentro do proposto na dieta alimentar, não promove aumento de peso.

4 - Ficar sem comer emagrece. Além de ser perigoso, isso é lenda. Ao deixar de comer por um período, o metabolismo fica mais lento, dificultando a perda de peso. Portanto, o mais recomendado é realizar entre as grandes refeições (café da manhã, almoço e jantar) pequenos lanches, para manter assim um bom funcionamento do organismo. Mas atenção: opte por alimentos saudáveis e nutritivos.

5 - Praticar atividades físicas sem ter se alimentado ajuda a perder peso. “Não, pelo contrário. Essa prática terrível poderá destruir nossos músculos (massa muscular)”, explica Luís Ricardo, lembrando que, para queimar gorduras, é preciso, além de uma dieta saudável, possuir massa muscular corporal. “Antes dos exercícios, precisamos ingerir alimentos, principalmente os que são fontes de carboidratos (como pães, arroz, batata, macarrão, torradas, frutas, sucos de frutas, etc.), para obtermos energia necessária”, acrescenta o nutricionista.

6 - Alimentos integrais são menos calóricos. “Os alimentos integrais têm quase a mesma quantidade de calorias dos refinados. A vantagem deles é que são ricos em fibras, que promovem uma sensação de saciedade maior e por mais tempo”, revela Tarcila. Os alimentos ricos em fibras são melhores opções, pois possuem um índice glicêmico menor do que o dos refinados – que, por possuírem esse índice muito mais alto, são absorvidos rapidamente, provocando sensação de fome em um curto espaço de tempo. Portanto, a ingestão destes alimentos também deve ser adequada à rotina alimentar sem exageros.

7 - Ingerir apenas proteína é suficiente para a recuperação muscular. As proteínas são fundamentais para a recuperação muscular, porém, junto com carboidratos. Esta é a melhor combinação de nutrientes após os treinos. “O exercício físico reduz as reservas de glicogênio no corpo. O melhor momento para ingerir carboidratos é justamente depois do exercício físico, pois os músculos se encontram mais receptivos à absorção de glicose para repor os estoques de glicogênio”, explica Tarcila.

8 – Consumir proteínas em excesso prejudica os rins. “Não prejudica uma pessoa saudável. Já Indivíduos com problemas renais não podem ingerir muita proteína, apenas para a manutenção de sua saúde, com a devida orientação médica”, revela Luís Ricardo. “Esse mito surgiu em 1983, quando pesquisadores descobriram que ingerir proteínas em excesso aumenta a taxa de filtragem glomerular, ou seja, os rins passam a filtrar mais sangue por minuto. O nosso corpo se adapta ao trabalho extra, mas muita proteína provoca mal estar. O certo é consumir diariamente na quantidade certa, tanto as proteínas animais quanto as vegetais - que são excelentes para o corpo”, explica o nutricionista.

9 – Chocolate provoca espinhas na pele. Esse é um mito muito comum, especialmente entre os adolescentes, mas ainda não existe nenhuma confirmação científica. Um dos motivos para o aparecimento de acnes ou espinhas nessa fase é por causa do descontrole hormonal. Fatores dermatológicos e até psicológicos, como estresse e ansiedade, também agravam o quadro, mas nada está relacionado ao chocolate. O único cuidado é com relação à quantidade a ser ingerida e as calorias do produto.

10 - Os adoçantes artificiais causam câncer. “Não existem evidências cientificas que comprovem isso. Adoçantes dietéticos são, em sua maioria, compostos a partir de substâncias não calóricas, naturais ou sintéticas, conhecidas como edulcorantes. Estes são mais doces que o açúcar branco, e responsável pelo sabor dos adoçantes de mesa. Porém, dentro de dosagens permitidas são considerados bem mais saudáveis para diabéticos do que o açúcar”, explica Tarcila.



MATÉRIA DA REVISTA O2

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