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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pele bonita no verão!!!

Pele bonita no verão


Com a chegada da estação mais quente do ano, saiba como manter a pele saudável e protegida do sol sem abrir mão da beleza nos treinamentos


Por Fernanda Silva

Assim como toda mulher vaidosa, a corredora não deve dispensar nenhum de seus truques de beleza na hora da atividade física. Cuidar da pele durante os treinos e provas é muito importante, principalmente no verão, época em que as temperaturas estão muito altas e o sol predomina durante o dia todo. Além de uma boa higiene e hidratação adequada, o uso do protetor solar é essencial.

Protegida
Com diversas opções do produto no mercado, o ideal é usar um apropriado para corredores, por causa da transpiração, e que mais se identifique com seu tipo de pele, seja ela seca, oleosa ou com acne. “É importante também que o produto seja um bloqueador e tem que ser aplicado meia hora antes da corrida e reaplicado no caso de provas muito longas. Isso evita o fotoenvelhecimento, aparecimento de manchas e lesões que podem se tornar um câncer”, explica Daniela Landim, dermatologista especializada em medicina estética.

Além disso, a corredora não deve esquecer de se proteger com os acessórios. “A pele do rosto e os cabelos devem estar protegidos pelo uso de bonés ou viseiras”, indica ainda a especialista, lembrando que os olhos também sofrem com o sol, portanto os óculos escuros são muito importantes (veja mais aqui). Uma dica importante é lembrar sempre de aplicar o produto em todas as partes do corpo que estão descobertas, além de vestir roupas adequadas para a atividade.

Hidratada
O cuidado para manter a pele viçosa e bonita no verão começa já na hora do banho. Tanto após os treinos como no dia a dia, ele não deve ser muito quente, nem muito demorado – isso resseca e desidrata a pele. Após o banho, a hidratação pode ser feita através de cremes, sabonetes e loções pós-banho e pós-sol para o corpo e com filtro solar e hidratantes para o rosto. “Os cremes são grandes aliados das mulheres, pois ajudam a eliminar toxinas e a aplicação tem papel fundamental, implicando na eliminação de toxinas e fazendo com que haja mobilização de líquidos corporais, melhorando a aparência”, salienta a dermatologista. Além de quantidades relevantes de água, uma alimentação saudável é importante para evitar reter líquidos, dando à pele uma aparência melhor.

Maquiada
E para as corredoras muito vaidosas, que não dispensam uma maquiagem, a corrida pode ser sim mais colorida. Mas cuidado com a escolha dos produtos, especialmente no calor. A maquiagem errada pode atrapalhar na transpiração e causar irritação na pele do rosto. “Além de obstruir os poros com a eliminação de suor, a escolha errada pode causar processos inflamatórios e dermatites pelo contato do suor com o produto”, explica Daniela. Portanto, aposte em itens que te deixem bonita, mas que protejam sem danificar a pele.

“De 80 a 90% das mulheres que correm usam batom e ele é 100% liberado”, revela a treinadora Camila Hirsch, diretora técnica da assessoria esportiva Personal Life e consultora Asics. Uma boa opção para os treinos são os batons hidratantes, que contêm protetor solar, que são ótimos para evitar que os lábios fiquem secos. Outro item que ganhou espaço na nécessaire das atletas é a base com protetor solar, que além de proteger o rosto dos efeitos nocivos do sol, esconde pequenas imperfeições, como espinhas e manchas.



MATÉRIA DO SITE DA REVISTA O2

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Não perca a forma.

Não perca a forma


Com a proximidade das férias e festas de fim de ano, o cuidado com a dieta diminui. Veja algumas dicas para não exagerar neste período e manter sua alimentação saudável


Por Fernanda Silva

As ceias de Natal e Ano Novo são marcadas pelos pratos especiais que, muitas vezes, vêm recheados de muitas calorias. Junte isso ao ritmo de desaceleração que o corredor entra no mês de dezembro e está aí o perigo para todo seu esforço com dietas e treinos durante todo o ano.

Para não começar a temporada de disputas correndo atrás do desempenho (e da forma) que perdeu, é importante não abusar na alimentação e se atentar a alguns conselhos. “Prefira os alimentos fontes de proteína, como lombo, chester e tender, que são carnes magras e contribuem para um cardápio menos calórico nas ceias de final de ano”, aconselha a nutricionista Carolina Heineck da Cunha.

“Além disso, escolha refeições mais leves, de preferência a receitas light, com muita salada e acompanhamentos que não sejam fritos”, indica ainda a especialista. A preferência para água e sucos também é uma boa dica, para assim diminuir o consumo de bebida alcoólica – deixando para beber apenas em um brinde, por exemplo. “Na hora da sobremesa, escolha as frutas, pois doces em geral costumam ser muito calóricos”, acrescenta Carolina, que reforça a dica do consumo de água, para evitar também que haja desidratação, principalmente por ser uma época de altas temperaturas.

Enfim, férias!
As férias de final de ano fazem com que as pessoas acabem selecionando também locais diferentes para comer. E é nessa hora que acontecem os deslizes na dieta. “Acontece que essa época as pessoas acabam tendo acesso a alimentos e preparações não tão comuns ao longo do ano, ainda mais em viagens. Levar um `kit básico´ ou buscar informações de locais com opções mais saudáveis é bem interessante”, destaca a nutricionista esportiva funcinal, Pricila Di Ciero.

Ao manter um cardápio balanceado, mesmo treinando numa intensidade menor, o atleta garante o efeito termogênico dos alimentos – queimando calorias durante o processo digestivo e mantendo o metabolismo acelerado. “Com isso o corredor não perde massa magra. Isso porque a perda dessa massa muscular culmina em menor taxa metabólica basal, e com isso, menor queima de calorias”, explica Priscila.

Dicas
• Nas ceias, opte pelos alimentos mais saudáveis. Cuidado com as frituras, doces, guloseimas e bebidas alcoólicas. Frutas são totalmente liberadas!

• Fazer um bom café da manhã, com fibras, frutas, fontes de carboidratos e proteínas magras é importante. Trabalhos mostram que isso controla mais a fome ao longo do dia e garante mais energia.

• Fique atento à higiene e limpeza adequadas dos lugares e alimentos, pois fatores como estes podem desencadear até uma intoxicação alimentar.

• Na praia ou em uma longa viagem de carro, leve frutas secas. “Elas são práticas de serem carregadas e consumidas, como um mix de castanhas. Dão energia e são fontes de nutrientes importantes para combater radicais livres”, indica Priscila.

Receitas
Veja algumas receitas leves e saborosas para tornar sua alimentação neste período de férias mais saudável.

PUDIM DE ARROZ PRETO
Uma versão mais saudável do arroz doce tradicional. Ótimo para ser servido no café da manhã e como sobremesa, além de ser uma boa opção de lanche. “Esta opção contém cerca de 20% mais proteína, 30% mais de fibras, e menor conteúdo de gordura e valor calórico que o arroz integral. Além disso, é rica em compostos fenólicos, que dão benefícios à saúde humana, pois previnem o envelhecimento por seu poder antioxidante”, fala Priscila.

Rendimento: 6 porções

Ingredientes:
- 1 xícara (chá) de arroz preto
- ½ xícara (chá) de açúcar mascavo Ou orgânico
- 2 ½ xícaras (chá) de leite de coco bem batido
- 3 xícaras (chá) de água
- 1 pitada de sal

Modo de Preparo: Em uma panela, coloque para ferver o arroz com a água toda. Reduza para fogo baixo e cozinhe com a panela tampada, por aproximadamente 45 minutos. O arroz deverá estar cozido, mas ainda úmido. Acrescente o açúcar, o sal, 1 ½ xícara (chá) de leite de coco e ferva em fogo alto. Diminua para fogo baixo e cozinhe com a panela destampada por aproximadamente 30 minutos, mexendo de vez em quando, até a mistura ficar grossa e o arroz macio, porém grudento. Remova do calor e deixe esfriar em temperatura ambiente, mexendo de vez em quando por pelo menos mais 30 minutos. Coloque em taças individuais e sirva frio ou gelado. Se quiser, coloque um pouco de coco ralado em cima para dar um toque especial.

FAROFAS
Abaixo duas receitas fáceis e leves de farofa, um prato comum como acompanhamento nas ceias:

LIGHT COM FRUTAS SECAS

Ingredientes:

- 300 g de farinha de mandioca crua
- 2 colheres (sopa) de uvas passas
- 2 colheres (sopa) de damascos picados
- 1 cebola picada
- 3 dentes de alho amassados
- Sal e salsinha a gosto
- 2 tomates picados
- 3 colheres (sopa) de margarina light
- 2 cenouras médias raladas

Modo de Preparo: Derreta a margarina light e refogue o alho, a cebola, as cenouras e os tomates. Em seguida, acrescente o restante dos ingredientes, misture e sirva.

FAROFA DE FRUTAS SECAS E CASTANHAS

Ingredientes:
- 5 colheres (sopa) de castanhas do Pará moída
- 2 colheres (sopa) de uva passa escura
- 3 colheres (sopa) de uva passa escura
- 2 damascos secos picados
- 3 dentes de alho
- 2 colheres (sopa) de azeite de oliva
- 250g de farinha de milho flocada
- 1 colher (sopa) de ervas finas
- Sal a gosto

Modo de Preparo: Coloque o azeite em uma panela e frite o alho. Deixe dourar. Coloque as frutas secas, o sal e as ervas. Coloque a farinha e mexa por cerca de 5 minutos ou até dourar. Desligue o fogo, acrescente as castanhas e sirva.

sábado, 19 de novembro de 2011

Equilíbrio muscular x prevenção de lesões


Os exercícios excêntricos podem ajudar os corredores a evitar as principais contusões geradas pela prática esportiva


É crescente o número de pessoas que vêm deixando de ser apenas praticantes de corrida, tornando-se atletas amadores, com preparação e treinamento bem próximos aos de atletas de elite. Essas pessoas buscam na corrida recordes e desafios pessoais, que para serem alcançados exigem a mesma dedicação que a de um profissional. A mistura do amadorismo com a busca por resultados trouxe ao praticante de corrida um novo termo para sua rotina de treinos: as lesões esportivas, presentes cada vez mais entre os corredores, independentemente da idade ou sexo.

As lesões em sua grande maioria podem ser prevenidas ou minimizadas. Para isso a Fisioterapia Esportiva desenvolve programas preventivos, usando as mesmas bases, recursos e técnicas de um trabalho feito aos profissionais para os amadores. O objetivo, assim como na elite, é garantir que o atleta não fique de fora de suas fases de treinos e competições.

O equilíbrio muscular é um dos fatores mais importantes para a prevenção das lesões. Nas fases de treinamento e pré-competições é comum os fisioterapeutas inserirem na rotina de treinos do atleta exercícios excêntricos para manter equilibrado ou reequilibrar um determinado grupo muscular.
Na corrida, os músculos mais acometidos são os flexores de quadril, músculo anterior da coxa (quadríceps), músculo posterior da coxa (isquiotibiais) e panturrilha - sendo esses os mais indicados a receber esses exercícios.

Os exercícios excêntricos consistem em frear um determinado movimento, sem fazê-lo de uma forma brusca. No momento em que um grupo muscular contrai para gerar força, outro grupo muscular é contrário ao movimento. No momento em que um grupo muscular contrai para gerar força, outro grupo muscular contrário ao movimento automaticamente contrai para frear o movimento principal. Com isso, diferentes fibras musculares que não estão sendo estimuladas de forma adequada passam a ser trabalhadas, fazendo com que os músculos funcionem com toda sua capacidade em gerar força e tensão.

No exercício excêntrico, o músculo realiza a contração partindo da posição de encurtamento para uma contração muscular durante a fase do alongamento, o que torna os músculos mais resistentes e flexíveis. Durante a corrida, ao realizar a extensão do joelho, o músculo anterior da coxa gera uma determinada força. Automaticamente os músculos posteriores são alongados, sendo esse o momento principal de uma lesão muscular.

Com o exercício excêntrico, durante esse gesto da corrida, os músculos posteriores vão estar treinados para gerar uma contração muscular durante o seu alongamento, freando o movimento sem perder velocidade e prevenindo uma possível lesão muscular dos músculos posteriores de coxa.

Os exercícios excêntricos são fundamentais para a prevenção das lesões, principalmente as musculares classificadas como “estiramentos”, por isso a importância desses exercícios para grupos musculares que atuam sobre o joelho, perna e tornozelo.

O equilíbrio faz com que os músculos funcionem sempre de forma adequada, provendo o gesto esportivo da corrida de forma mais harmoniosa e com menor gasto energético desnecessário, e o melhor livre de lesões!

Dr. Evaldo D. Bosio Filho - Crefito 3/102.898F

Especialista em Fisioterapia Músculo Esquelética pela Santa Casa de São Paulo.
Especialista em Fisioterapia Esportiva pela Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva.
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva – SONAFE.
Membro da Sociedade Brasileira de Reeducação Postural Global – SBRPG.
Coordenador Científico da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva.
Coordenador de Fisioterapia Esportiva da Prime Sports - Prime Fisioterapia Especializada.
Fisioterapeuta com atuação em Fisioterapia Esportiva e Reeducação Postural Global - RPG.
Site: www.evaldofisio.com.br

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Treinamento em altitude: estrutura e dicas nutricionais

Treinamento em altitude: estrutura e dicas nutricionais


Por Ricardo D´Angelo | 24/11/2009 - Atualizada às 12:37

Neste último capítulo sobre treinamento em altitude, vamos conhecer um pouco sobre a estrutura de adaptação a essas determinadas condições, bem como alguns aspectos nutricionais. Para uma rápida e positiva aclimatação a altitude, sugere-se, antes da partida, dois ou três dias de atividades regenerativas (Bueno, 1997). A experiência de treinamento soviética tem demonstrado que a primeira fase de aclimatação na altitude dura entre sete a 10 dias para atletas jovens e três a quatro dias para atletas de alto nível. A segunda fase dura entre cinco a oito dias para os jovens e dois a quatro dias para os de alto nível. Podem-se aplicar cargas normais de treinamento na terceira fase (Karikosk, 1983). 

A primeira fase do treino inclui caminhadas trotes lentos e a duração aumenta gradualmente, porém, o ritmo não. Durante a segunda fase o volume das corridas de intensidade média (ritmo cardíaco 140-160 bpm) aumenta consideravelmente, mas não se recomenda corridas de cross-country rápidas (ritmo cardíaco maior que 160 batimentos por minuto). Até o final da segunda fase pode-se utilizar alguns treinamentos intervalados sobre distâncias mais curtas (100-200m), com recuperações relativamente mais prolongadas. O treinamento, como já foi mencionado, passa a ser quase normal na terceira fase (Karikosk, 1983). Para os corredores de elite de meio fundo e fundo isto significa que a primeira sessão de repetições pode ser realizada no sétimo dia depois de ter chegado à altitude. 

A partir desse momento, o treinamento se desenvolve dentro da estrutura normal do que era realizado em nível do mar, porém, com menor intensidade. Por exemplo, atletas que estão acostumados a fazer sessões de 8 x 1.000m para 2min42/km, devem trabalhar com intensidade reduzida para 2min48 a 2min50/km. Por outro lado, se o atleta está trabalhando intervalados de 400m, esta intensidade não deverá ser muito reduzida considerando, que para a distância de 400m, a tomada de oxigênio não implica em grande importância. Porém, para este tipo de trabalho na altitude, o tempo de recuperação será mais longo (Alford, 1994). Durante os últimos dias do período de treinamento em altitude o atleta deve se recuperar (Bueno, 1998).

Nutrição - Quanto à questão da ingestão de nutrientes, de acordo com Franke (2000), na altitude existe uma grande perda eletrolítica e de água, e uma maior decomposição de glicogênio muscular, necessitando assim que o atleta reponha adequadamente os componentes eletrolíticos e os líquidos, bem como incremente o consumo de carboidratos, especialmente quando o exercício é intenso. Outra razão fisiológica para uma dieta rica em carboidratos e baixa em gorduras na altitude é que esta combinação resulta em um incremento do quociente respiratório. 

Em outras palavras, os carboidratos são uma fonte de energia muito econômica e que requer menor quantidade de oxigênio que as gorduras para a produção de energia (Bueno, 1998). Também existe a possibilidade de que na altitude as gorduras não sejam tão bem absorvidas como os carboidratos. Não existem evidências de que seja benéfica uma suplementação extra de vitaminas se os atletas praticam uma dieta bem equilibrada (Milledge, 1994).

Encerrando este interessante tema, a reaclimatação nos pode indicar qual a melhor época para conseguirmos os melhores resultados. De acordo com Suslov (1994), depois de o atleta passar entre duas a cinco semanas em altitude, os indicadores de forma aparecem de maneira ondulatória. Os primeiros dias em nível do mar geralmente estão afetados por problemas relacionados com viagens e também com diferenças de fuso horário. Isto significa que devemos evitar cargas altas e altos valores de lactato (Bueno, 1998). 

Popov (1994), por outro lado, descobriu que entre os dias um e três, logo após o regresso da altitude, acontece o primeiro pico de forma. A participação na competição será possível se: o local da competição encontra-se muito perto do camping de altitude, sem necessidade de viagens; a competição não é muito importante; o programa de treinamento permitirá a participação em competições mais importantes ao redor de três a quatro semanas. Suslov (1994) observou uma primeira fase de maior capacidade de trabalho durante os dias três e sete. 

Entretanto, este período sempre será seguido de outro período de rendimento reduzido entre os dias oito e 10. A partir dos dias 12 e 13, a capacidade de trabalho continua melhorando e as cargas de trabalho podem aumentar novamente. O primeiro pico real da fase de rendimento acontece entre os dias 14 e 25, sendo os dias 18 e 20, provavelmente os mais adequados para o melhor rendimento. 

Popov (1994) também estabelece que, em sua experiência, mais de 80% dos melhores rendimentos estão entre o 18º e 21º dia. Este período deve coincidir com as competições mais importantes do ano. Bueno (1998) sugere que o 17º dia de regresso ao nível do mar poderia ser o momento ideal para se tentar rendimentos de alto nível. Após outro pequeno período de capacidade de trabalho reduzida, temos outro ressurgimento da boa forma entre os dias 36 e 48. 

Referência Bibliográfica: 
IAAF@-Letter, dezembro 2003, n.o 6.

Ricardo D´Angelo


Consultor Webrun da seção Alta Performance. Doutorando em Biodinâmica 
do Movimento e Esporte pela UNICAMP e Mestre em Ciências da Motricidade
 pela UNESP. Também é treinador coordenador do clube de atletismo
 BM&FBOVESPA, treinador Nacional de Fundo (CBAt) e treinador
 Nível IV (IAAF).

Já foi treinador-chefe das Seleções Brasileiras nos Campeonatos Mundiais de 
Edmonton (2001), Helsinque (2005), Osaka (2007); nos Jogos Pan Americanos do Rio (2007)
 e Jogos Olímpicos de Pequim (2008). No seu currículo há várias convocações como
, por exemplo, Campeonatos Mundiais de Cross Country, Meia Maratona, Campeonatos
 Sul Americanos, Campeonatos Ibero Americanos, Campeonatos Mundiais e
 Pan-americanos de Juvenis. 
Também é treinador do maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, que foi bicampeão
 Pan-americano (Winnipeg e Santo Domingo) e Medalha de Bronze em 
Atenas (2004), entre outros.

domingo, 13 de novembro de 2011

O que motiva você?


Conheça os dois tipos de motivação que podem auxiliar o corredor a atingir seus objetivos e saiba em qual delas você mais se encaixa


* Daniela Lago Chaves Koerbel

O fator motivacional ou simplesmente motivação é visto comumente como uma mola propulsora de cada ser vivente. Como se a capacidade ou habilidade de se fazer alguma coisa estivesse necessariamente atrelada à condição motivacional de cada um.

Mas, o que seria de fato a “motivação”?
É válido ressaltar que o fator motivação não surge isoladamente e sim constitui-se num processo subjetivo e intrínseco de cada sujeito. Ou seja, o que “motiva” um dado atleta a jogar futebol pode ser absolutamente diferente de outro atleta, que é motivado por corridas de rua. O que quero dizer é que a motivação para a escolha e, por conseguinte, execução de uma determinada modalidade esportiva tem relação com sua cultura e com seu contexto bio-psico-social. E tal contexto não é exatamente igual entre os seres (mesmo que de uma mesma família), uma vez que cada um concebe a realidade de uma maneira e porque cada um é um ser único com suas singularidades.

“os motivos são construções hipotéticas, que são aprendidas ao longo do desenvolvimento humano (ontogênese) e servem parta explicar os comportamentos dos indivíduos. (...) Assim, as experiências vividas pelas pessoas são fundamentais para definirem suas estruturas de motivos. Uma vez que os motivos são predisposições dos próprios indivíduos.”(WINTERSTEIN,2011)

Tal assertiva confirma que o que funciona como fator motivacional para um corredor de rua, por exemplo, pode ser completamente do que motiva outro corredor de rua. Ou seja, o que talvez sirva de motivação para um, não seja o que sirva de motivação para outro.

Tendo já feito uma pequena revisão do que significa o fator “motivação” na vida esportiva de uma atleta, pode-se verificar que existem dois tipos de motivação: a motivação extrínseca e a motivação intrínseca.

A motivação intrínseca é aquela que já nasce dentro de cada ser, ou seja, é inerente de cada ser humano, seja ele do meio esportivo ou não. Esta confere prazer em aprender, em executar determinada atividade, em simplesmente atingir uma meta ou metas. Este tipo motivação é evidente e está em voga na mídia, nas academias, nas assessorias esportivas, pois diz que deve-se ultrapassar os próprios limites, ou seja, a motivação intrínseca trata da AUTO-SUPERAÇÃO.

Já a motivação extrínseca, como o nome sugere, é externa ao sujeito em si, uma vez que para ela existir é necessário que algo de fora supra este tipo de motivação. Ou seja, é conditio sine qua non que, por meio da execução de uma atividade física ou intelectual haja uma recompensa, algo de fora que motive o sujeito ter realizado tal tarefa.

Pode-se dizer que quando o atleta corredor de rua, por exemplo, tem por motivação receber um prêmio por conta de sua vitória em uma competição, seja este prêmio em pecúnia ou apenas sob a forma de um troféu de ouro, quer dizer que este atleta está conferindo maior importância à recompensa do que ao mérito de ter se auto-superado ou apenas quebrado seu recorde pessoal. Neste caso, a motivação extrínseca está corrompendo a motivação intrínseca.

É válido ressaltar que a motivação intrínseca é geradora de satisfação, de alegria, de prazer, de sentimento de dever cumprido, enquanto que a motivação extrínseca é capaz de perecer ao longo do tempo. E você, corredor de rua, encontra-se motivado em sua vida pessoal? E na prática esportiva, você tem se deixado guiar pela motivação intrínseca ou apenas pela motivação extrínseca?

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* Daniela Lago Chaves Koerbel
*Psicóloga do Esporte – CRP 08/10496
*Colaboradora do Laboratório de Psicofisiologia do esporte e do Exercício-LAPPES-UFPR
*Colaboradora da Comissão de Psicologia do Esporte do Conselho Regional de Psicologia do Paraná.
*Colaboradora da Comissão de Avaliação Psicológica do Conselho Regional de Psicologia do Paraná.



MATÉRIA DA REVISTA O2

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

EU SOU UM DESSES

(eu sou um desses)

Esses loucos que correm... 

Eu conheço-os.

Tenho-os visto muitas vezes.

São especiais.

Alguns saem de madrugada e empenham-se em ganhar ao sol.

Outros apanham o sol ao meio-dia, cansam-se à tarde, ou tentam não ser atropelados por um caminhão à noite.

Estão loucos.

No verão correm, trotam, transpiram, desidratam-se, e finalmente cansam-se … só para desfrutar do descanso.

No Inverno tapam-se, abrigam-se, reclamam, arrefecem, constipam-se e deixam que a chuva lhes molhe a cara.

Eu vi-os.

Passam rápido ao longo da alameda, devagar entre as árvores, serpenteiam caminhos de terra, trepam calçadas, fazem jogging na curva de uma estrada perdida, fogem das ondas na praia, atravessam pontes de madeira, pisam folhas secas, sobem montes, saltam charcos, atravessam parques, chateiam-se com os carros que não travam, fogem de um cão e correm, correm e correm.

Ouvem música que acompanha o ritmo dos seus pés, ouvem os padeiros e as gaivotas, ouvem os seus batimentos e a sua própria respiração, olham em frente, olham para os pés, sentem o cheiro do vento que passou por entre os eucaliptos, a brisa que saiu do laranjal, respiram o ar que vem dos pinheiros e abrandam ao passar em frente do jasmim.

Eu já os vi.

Não estão bons da cabeça.

Eles usam ténis com ar e sapatilhas de marca, correm descalços ou gastam sapatos. Transpiram tshirts, usam gorros e medem o seu próprio tempo.

Eles estão a tentar ganhar a alguém.

Trotam com o corpo solto, passam perto do cão branco, aceleram a seguir à coluna, procuram uma torneira para se refrescarem... e seguem.

Inscrevem-se em todas as corridas... mas não ganham nenhuma.

Começam a corrida na véspera, sonham que correm e levantam-se como as crianças no dia de Natal.

Prepararam as roupas que descansa sobre uma cadeira, como fizeram na sua infância na véspera das férias.

No dia anterior à corrida comem massa e não bebem álcool, mas são recompensados com ousadia mal a competição termina.

Nunca consegui calcular-lhes a idade, mas provavelmente têm entre 15 e 85 anos.

São homens e mulheres.

Não estão bem.

Começam em corridas de oito ou dez quilómetros e antes de começar sabem que não podem vencer, mesmo que faltem todos os outros.

Sentem a ansiedade antes de cada partida e alguns minutos antes do início eles precisam ir à casa de banho.

Ajustam o cronómetro e tentam localizar os quatro ou cinco a quem é preciso ganhar.

São as suas referências da corrida: "Cinco que correm como eu."

Basta chegar à frente de um deles e será o suficiente para dormir à noite com um sorriso.

Usufruem enquanto ultrapassam outro corredor... mas encorajam-no, dizendo-lhe que falta pouco e pedem-lhe para não abrandar.

Perguntam pelo abastecimento de água e ficam irritados porque não aparece.

Eles são loucos, sabem que têm nas suas casas a água que precisam, sem esperar pela entrega de uma criança que levanta um copo à medida que passam.

Queixam-se do sol que os mata sol ou da chuva que não os deixa ver.

Estão mal, eles sabem que há perto a sombra de um salgueiro ou o resguardo de um beiral.

Não as preparam... mas eles têm todas as desculpas para o momento em que atingem a meta.

Não as preparam... são parte deles.

O vento estava contra, não corria uma gota de vento, as sapatilhas eram novas, o circuito estava mal medido, os que entraram à frente não deixaram passar, o aniversário de ontem à noite, a costura na meia sobre o pé direito, o joelho a trair-me outra vez, arranquei muito rápido, não deram água, no fim ia acelerar mas não quis.

Gostam de começar a correr e quando chegam levantam os braços, porque dizem que conseguiram.

Ganharam mais uma vez!

Eles não percebem que perderam para cem ou mil pessoas... mas insistem que voltaram a ganhar.

São invulgares.

Inventam uma meta em cada estrada.

Ganham a eles próprios, aos que insistem em olhar para eles desde a calçada, aos que os vêm na TV e aos que nem sequer sabem que existem loucos que correm.

Tremem-lhes as mãos enquanto furam a roupa para colocar os dorsais, simplesmente porque não estão bem.

Eu já os vi passar.

Doe-lhes as pernas, sentem cólicas, custa-lhes a respirar, sentem pontadas nas costas... mas seguem.

À medida que avançam na corrida os músculos sofrem cada vez mais desfigurando rosto, o suor escorre pelas suas caras, as pontadas começam a repetir-se e dois quilómetros antes da meta começam a perguntar o que estão ali a fazer.

Não seria melhor serem um dos sábios que batem palmas na calçada?

Estão loucos.

Eu conheço-os bem.

Quando chegam abraçam-se à sua mulher ou ao seu marido para esconder o puro amor da transpiração do seu rosto e do seu corpo.

Esperam-nos os seus filhos e até algum neto ou mesmo o carinho de um avô que grita solidário quando eles passam a linha da meta.

Trazem uma placa à frente que pisca e diz "Cheguei - Missão Cumprida. "

Apenas bebem água e molham a cabeça, quase se atiram para a relva para recuperar, mas depois param, porque são saudados por aqueles que chegaram antes. Tentam atirar-se de novo mas param porque têm que saudar os que chegam depois deles.

Tentam empurrar uma parede com as duas mãos, levantam a perna desde o tornozelo e abraçam outro louco que chega mais suado que eles.

Tenho visto muitas vezes.

Estão mal da cabeça.

Eles olham com carinho e sem lástima o que chega dez minutos depois, respeitam o último e o penúltimo porque dizem que são respeitados pelo primeiro e pelo segundo.

Aproveitam os aplausos, mesmo que vejam no fim ganhando apenas à ambulância e ao tipo da moto.

Juntam-se em equipas e viajam 200 quilómetros para correr 10.

Compram todas as fotos que lhes tiram e não percebem que são iguais às da corrida anterior.

Penduram as medalhas pela casa para que quem a visita possa vê-las e pergunte. Estão mal.

"Esta é do último mês” dizem, tentando usar seu tom mais humilde.

"Este é a primeira que ganhei” dizem eles, omitindo que as distribuíam a todos, incluindo o último a chegar e o polícia de trânsito.

Dois dias depois da corrida muito cedo já saltam por cima das poças, escalam as cordas, movem os braços ritmicamente, acenam aos ciclistas, batem as palmas das mãos com os colegas com quem se cruzam.

Dizem que poucas pessoas, hoje em dia, são capazes de ficar sozinhos - consigo mesmo - uma hora por dia.

Dizem que só os pescadores, nadadores e alguns mais.

Dizem que as pessoas não estão usufruindo tanto do silêncio.

Eles dizem que gostam dele.

Eles dizem que projectam e fazem balanços, que se arrependem e se congratulam, que se questionam, preparam



 os seus dias enquanto correm e conversam sem medo com eles próprios.

Eles dizem que os outros inventam desculpas para lhes fazer companhia.

Eles estão mal da cabeça.

Eu já os vi.

Alguns apenas caminham... mas um dia... quando ninguém está a olhar, animam-se e correm um bocadinho.

Em poucos meses começam a transformar-se e ficam tão loucos como eles.

Esticam-se, olham, rodam, respiram, suspiram e atiram-se.

Aceleram, abrandam e voltam a acelerar.

Eu acho que eles querem vencer a morte.

Eles dizem que querem vencer na vida

Estão completamente loucos.

por Marciano Duran - Eso locos que corren - 2008 - tradução Alfredo Falcão

terça-feira, 8 de novembro de 2011

10 motivos para consumir o Óleo de Coco Extra Virgem.

10 motivos para consumir o Óleo de Coco Extra Virgem.

O óleo de coco traz benefícios como ação antioxidante, redução do mau colesterol, auxílio em dietas, melhora no sistema imunológico e tireóide, regulação da função intestinal, entre outros. “O óleo de coco é rico em triglicérides de cadeia média (TCM), que não necessitam de enzimas para sua digestão e metabolismo, sendo assim favorecem o rápido esvaziamento do estômago e absorção pelo sistema intestinal, auxiliando também em dietas”, explica a nutricionista, Marina Rosalem. 

A nutricionista recomenda consumir uma colher de sopa ao dia para alcançar os benefícios do óleo. O produto é kosher e não contém glúten. Pode ser utilizado, ainda, como óleo para massagem corporal ou tônico capilar.
Conheça 10 motivos para consumir o Óleo de Coco Extra Virgem:
1 - AÇÃO COSMÉTICA - O óleo de coco pode ser aplicado diretamente sobre a pele e mesmo nos cabelos, funcionando com um “condicionador” natural. Para isso, é só massagear os cabelos com 1 colher das de sobremesa antes do banho. Além de hidratar a pele e não conter radicais livres, previne rugas numa verdadeira ação antienvelhecimento. Isto se deve a “lubrificação” da pele, permitindo que os nutrientes do sangue cheguem até ela. O ácido láurico inibe o crescimento de bactérias da pele, inclusivo a acne, podendo ser usado para massagens e tratamentos cutâneos.
2 - AÇÃO ANTIOXIDANTE - Colabora na diminuição da produção de “radicais livres”. Isto se deve principalmente a ação direta da vitamina-E presente, diminuindo a sua necessidade no organismo.
3 - COLESTEROL - Ajuda na redução do mau COLETEROL – LDL, pois evita a sua oxidação. Promove a elevação do bom COLESTEROL – HDL, contribuindo assim na prevenção e tratamento das doenças cerebrais e cardiovasculares.
4 - Colabora no processo do EMAGRECIMENTO – De fácil absorção, o óleo de coco é a melhor fonte de TRIGLICERÍDEOS DE CADEIA MÉDIA, não necessita de enzimas para sua digestão e metabolismo. No fígado, estes triglicerídeos rapidamente se transformam em energia, desta maneira não se depositam no organismo. Por isso ela é considerada “termogênica”, ou seja, capaz de gerar calor e queimar calorias. Esta propriedade, aliada a capacidade que o óleo de coco tem de estimular a glândula tireóide, aumenta o metabolismo basal e, conseqüentemente: EMAGRECE.
5 - Melhora o sistema IMUNOLÓGICO agindo na prevenção e no combate aos vermes, bactérias e fungos. Restabelece a energia “roubada” por estes agentes, pois apresenta a maior concentração de ácido láurico dentre todas as gorduras vegetais. No organismo, este ácido é convertido em monolaurina que tem ações para evitar inúmeras infecções, pois melhora a absorção dos nutrientes aumentando todas as defesas do organismo.
6 - REGULA A FUNÇÃO INTESTINAL - Tanto nos casos de prisão de ventre ou mesmo nas diarréias, os componentes do óleo de coco agem normalizando as funções intestinais. Ao mesmo tempo, o ácido láurico, através da monolaurina, ajuda a eliminar as bactérias patogênicas (inimigas), protegendo e favorecendo o crescimento da “flora amiga”.
7 - TIREÓIDE - Melhora o funcionamento da TIREÓIDE, tendo ainda ação “antienvelhecimento”. O bom funcionamento da TIREÓIDE faz com que especificamente o mal COLESEROL – LDL seja mobilizado, através de processo enzimático, produzindo os hormônios antienvelhecimento: PREGNENOLONA, PROGESTERONA e DHEA (dehidro- epiandrosterona). Todas estas substâncias são necessárias na prevenção de doenças cardiovasculares, senilidade, obesidade, câncer, dentre outras doenças crônicas relacionadas à idade.
8 - AÇÃO DERMATOLÓGICA - Além do poder bactericida na pele, pode ser utilizada como cicatrizante de feridas, picadas de insetos, alívio em queimaduras e, sobretudo nos eczemas e dermatites de contato, bem como no tratamento do herpes e candidíase.
9 - DIABÉTICOS - Controla a compulsão por CARBOIDRATOS, assim como os alimentos ricos em fibras ajudam a manter níveis estáveis de insulina no sangue, conseqüentemente facilitando a vida dos DIABÉTICOS. O óleo de coco proporciona uma sensação de saciedade ainda maior e, acima de tudo não estimula a liberação de insulina, porque é facilmente absorvida, contribuindo desta forma para diminuir o “craving” compulsão por carboidratos, principalmente a doces.
10 - FADIGA CRÔNICA E FIBROMIALGIA - Acredita - se que não é um único tipo de vírus ou bactéria os responsáveis pela Síndrome da Fadiga Crônica e, mesmo da Fibromialgia, mas sim a combinação de vários agentes e fatores. Nestas condições o óleo de coco age neutralizando uma gama enorme destes agentes infecciosos. Melhora o sistema imunológico, acelera o metabolismo, recupera a energia plena eliminando o estado de ESTRESSE e transmitindo jovialidade.
Fonte: e3 Comunicação &arketing

MATÉRIA DO SITE MIDIASPORT.COM.BR

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Tá quente ou tá frio? Se uma lesão interromper sua corrida, saiba como proceder entre o gelo e o calor

Tá quente ou tá frio?


Se uma lesão interromper sua corrida, saiba como proceder entre o gelo e o calor



Por Ricardo Bassani

Quem corre sabe, e sente, que dor muscular é comum, resultado exatamente do ganho de força e volume das fibras trabalhadas. O problema é quando um esforço ou alongamento maiores do que sua resistência causam nesses músculos uma contratura (forçar demais) ou um estiramento (distensão, ou esticar demais). Segundo a fisioterapeuta Claudia Mello, esses são os dois tipos de lesões musculares mais comuns em esportistas. “Mas também há lesões de tipo tendínea (tendões) e articulares, e para todas elas, logo no ‘bateu-sentiu’, deve-se aplicar gelo no local, de 24 a 48 horas.” A dor, uma companheira certa nesses momentos, vai ajudá-lo a proceder corretamente: pare imediatamente os movimentos, repouse o músculo em posição confortável, evite tocá-lo — não massageie a área — e aplique gelo. A baixa temperatura tem antes propriedades vasoconstritoras, para depois funcionar como vasodilatadora. Procedimento de emergência, o melhor é contar com gelo picado num saco plástico com tamanho suficiente para envolver a área afetada e repousar ali por uns 20 minutos.

E nada de recorrer ao que estiver mais perto, como água gelada ou embalagens de bebidas geladas, porque isso não faz efeito. O melhor é contar com aplicadores próprios: plásticos recheados de gel congelado, em formatos anatômicos, como os usados para tratar a canelite, outra contusão comum entre corredores. “Numa lesão articular, de ombro, cotovelo ou joelho, por exemplo, o uso do gelado vai desde o começo. A canelite é uma inflamação na inserção entre o músculo e o osso da canela, a tíbia. Seções de resfriamento fazem parte do tratamento, junto, é claro, com a fisioterapia”, contou a especialista, que ainda faz um alerta: “Lesões não acontecem só durante a prática de esportes, mas podem se manifestar em casa, bem depois das corridas, num simples movimento, isso porque a musculatura já foi exigida e, tensa, acaba revelando seus problemas”.

Esticar e partir
Alongar demais os músculos, em vez de promover um conveniente aquecimento, pode causar o rompimento parcial ou completo das fibras musculares. Hora de aplicar gelo sobre o local por alguns dias e, se a dor não desaparecer completamente, procurar um fisioterapeuta ou clínico esportivo.

Contrair e embaralhar
Se as fibras musculares não retornarem de seu entrelaçamento natural em situação de esforço, acontece a chamada contratura, sinalizada com uma fisgada e depois com o inchaço e endurecimento do músculo. Um esforço além do normal, ou a falta de força para continuar a repetir um movimento exigido (fadiga muscular), provocam a contração (curiosamente também causada por falta de alongamento).

A providência é interromper qualquer atividade, resfriando com gelo o local afetado. A diferença agora é que se deve aquecer a lesão depois dessa emergência. Em urgências de contusão muscular, não é possível saber tratar-se de uma contratura, por isso, gelo nas primeiras 24 a 48 horas, mas depois a área deve ser aquecida constantemente. Para isso o melhor condutor de calor
é a água quente, igualmente embalada de modo adequado, em bolsas térmicas resistentes e anatômicas.



MATÉRIA DA REVISTA O2

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Corrida na terceira idade


Veja como a atividade física pode ser benéfica e adequada para quem já passou dos 60 anos


* Por Evaldo Bósio Filho

Com o aumento dos participantes da melhor idade (terceira idade) em provas de 5Km, 10Km e maratonas, além de outras atividades esportivas, é importante algumas considerações sobre a fisiologia dessas pessoas, que certamente estão cada vez mais saudáveis por estarem praticando esportes.

A população idosa vem aumentando consideravelmente e a atividade física regular associada ao envelhecimento surge como um importante meio de prevenção de lesões, e promoção de saúde para esta população.

À medida que os anos passam, tendemos a ir alterando nossos hábitos de vida e rotinas diárias por atividades e formas de ocupação pouco ativas. Os efeitos dessa redução da atividade são muito sérios. Entretanto, com a atividade física regular, pode-se amenizar a velocidade com que as modificações naturais surgem.

Está comprovado que quanto mais ativa é uma pessoa, menos limitações físicas ela tem. Dentre os inúmeros benefícios que a prática de exercícios físicos promove, um dos principais é a proteção da capacidade para a realização das atividades do cotidiano ou atividades da vida diária, além de:

• Prevenir o desenvolvimento de diabetes.
• Redução dos níveis de triglicérides.
• Redução do percentual de gordura corporal.
• Redução das alterações cardiovasculares e pulmonares.
• Redução dos riscos de trombose.
• Aumento na capacidade física, elasticidade e equilíbrio, coordenação motora e conscientização corporal diminuindo o risco de quedas.
• Auxilio na prevenção e no tratamento da osteoporose.
• Diminuição de dores articulares
• Melhora na imunidade, que pode diminuir a incidência de infecções.
• Efeitos benéficos sobre a pressão arterial sistêmica.
• Redução do risco de doença coronariana e morte.
• Atividade física facilita a interrupção do tabagismo
• Prevenir o ganho de peso.
• Prevenção ou retardo do declínio cognitivo.
• Maior independência para realização de atividades diárias;
• Melhora da auto-estima e da autoconfiança;
• Reduz problemas psicológicos, como ansiedade e depressão
• Significativa melhora da qualidade de vida.

O tipo de exercício físico mais recomendado para pessoas acima de 60 anos no passado era o aeróbio, pelos seus efeitos no sistema cardiovascular e benefícios psicológicos. Este tipo exercício, juntamente ao alongamento, ainda se mantém entre os mais indicados e procurados nesta faixa etária enquanto exercícios de força entram em declínio. Entretanto, é necessário destacar a importância dos exercícios de força para a manutenção da força muscular, do equilíbrio, agilidade e capacidade funcional.
A prática regular da atividade física apresenta inúmeros benefícios, porém, alguns riscos devem ser considerados, sendo a avaliação clínica, levando em consideração as alterações próprias da idade, fundamental para que os benefícios sejam maximizados e os possíveis riscos minimizados.

Qualquer indivíduo que apresente qualquer alteração de pressão arterial ou função cardiorrespiratória necessariamente precisa se submeter a um exame médico geral antes de iniciar qualquer programa de atividade física. Recomenda-se também uma avaliação cinética-funcional completa dando-se maior destaque para a força muscular, equilíbrio, postura, condições articulares, avaliação da capacidade aeróbica, além de aspectos nutricionais e nível de hidratação.

Um programa de exercícios deve constar de aquecimento, alongamento, atividades aeróbicas e período de recuperação. O primeiro e o último períodos devem ter duração média de 20 minutos já que a pressão arterial e o nível de respiração retornam à níveis estáveis lentamente. Lembrando que a atividade deve se iniciar com esforço mínimo e progredi de forma lenta. Usar o material esportivo adequado a atividade escolhida também é muito importante. Calçados e roupas inadequados podem prejudicar a performance. Não esqueça de se hidratar e usar protetor solar.

A escolha da atividade é feita individualmente, levando-se em conta a preferência pessoal, pois não adianta fazer uma atividade que não se sinta bem praticando; a aptidão necessária, já que algumas atividades dependem de habilidades específicas e o risco associado à atividade, visto que alguns exercícios podem associar-se a alguns tipos de lesão, em determinados indivíduos que já são predispostos.

É importante que você que tem mais de 60 anos se conscientize de que a atividade física é muito importante para seu cotidiano, pois colabora com sua saúde, agindo sobre o envelhecimento, e evitando muitas vezes a sua limitação funcional.

O envelhecimento para muitos é visto como o fim da vida, em que a pessoa idosa não tem mais condições de realizar com firmeza as tarefas que sempre executou, mas, pelo contrário, os idosos ainda têm muita vontade de viver, só lhes falta a oportunidade para isso, e através da atividade física essas pessoas podem mostrar ainda que são capazes de muito mais.

*Especialista em Fisioterapia Esportiva pela Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva.
Membro da Sociedade Brasileira de Reeducação Postural Global – SBRPG.
Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva – SONAFE.
Coordenador Científico da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva.
Coordenador de Fisioterapia Esportiva da Prime Sports - Prime Fisioterapia Especializada.
Fisioterapeuta com atuação em Fisioterapia Ortopédica, Fisioterapia Esportiva e Reeducação Postural Global - RPG.
Site: www.evaldofisio.com.br



MATÉRIA DA REVISTA O2