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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Corredoras contra a Cistite


Cuidado com a higiene e uma boa hidratação são essenciais para evitar este problema, muito comum entre as mulheres atletas


Por Fernanda Silva

A Cistite é uma inflamação que atinge trato o urinário inferior (bexiga e uretra), “causada na maioria das vezes por uma bactéria chamada Escherichia coli”, como explica a ginecologista Maíta Poli de Araújo, coordenadora do setor de Ginecologia do Esporte da Epm-Unifesp. Para não atrapalhar nem prejudicar sua saúde – nem atrapalhar seu desempenho nos treinos e provas -, portanto, é necessário tomar certos cuidados.

Mais frequente entre as mulheres, pela uretra ser menor que a do homem, prevenir-se da doença pode ser uma tarefa fácil. Manter uma alimentação adequada - a hidratação frequente é muito importante -, dormir bem e dobrar a atenção com a higiene no local – sobretudo após as relações sexuais - são boas dicas. Além disso, antes de iniciar um treino ou prova, o ideal é ir ao banheiro e não evitar micções durante a corrida, pois “segurar” a urina propicia a proliferação de bactérias. 

Outro ponto muito relevante é o vestuário. “O calor retido na região genital pode predispor a infecção bacteriana. Então, a corredora deve usar roupas que a permitam transpirar e evitar mantê-las após o fim do exercício”, indica a ex-atleta e ginecologista do esporte Thatiana Parmigiano.

É importante ressaltar, porém, que fatores hormonais também podem favorecer o desenvolvimento da infecção. “O hipoestrogenismo (baixa taxa de estrogênio, principal hormônio feminino) também predispõe a infecções, pois essa falta diminui os níveis de defesa natural da pele e mucosa”, alerta Thatiana. 

Essa diminuição hormonal costuma ocorrer em mulheres no período de menopausa ou ainda com a “Tríade da Mulher atleta”, uma síndrome que se caracteriza por uma série de problemas, como osteoporose, amenorreia (falta ou perda de menstruação em mulheres maiores de 16 anos) e problemas na alimentação (anorexia, bulimia, por exemplo). Algumas pesquisas mostram que o suco de cranberry também pode diminuir o risco da doença.

Sintomas e tratamento

A cistite pode ser descoberta através de sintomas, como: 

- Dor e urgência em urinar (com a sensação de que não conseguiria esperar);
- Polaciúria, ou seja, urinar em pouca quantidade e com alta frquência;
- Dor suprapúbica, próxima à região da bexiga;

Esses sintomas podem ou não surgir acompanhados de calafrios e mal estar. Portanto, o ideal é procurar um médico para obter o diagnóstico e fazer o tratamento adequado, geralmente com o uso de antibióticos. “No caso de dores na região existem medicamentos para aliviar o incomodo – os analgésicos uretrais, que oferecem excelente alívio dos sintomas, mas devem estar associados ao uso do antibiótico para curar a doença”, fala Thatiana, qu ressalta. “Entretanto, se houver hipoestrogenismo, os cremes vaginais com estrogênio podem ser usados de maneira preventiva”, completa. 

A falta de tratamento adequado, além de prejudicar o desempenho, pode fazer o problema evoluir e chegar até os rins, por exemplo. Graves infecções no trato urinário são, na maioria das vezes, complicações originárias de simples cistites não tratadas ou mal cuidadas. “A atleta pode ter febre e queda de rendimento no estado geral, necessitando de antibióticos de maneira prolongada e até mesmo de internação hospitalar. Nesses casos, o exercício deve ser evitado”, finaliza Thatiana. 

MATÉRIA DA REVISTA O2

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