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domingo, 13 de novembro de 2011

O que motiva você?


Conheça os dois tipos de motivação que podem auxiliar o corredor a atingir seus objetivos e saiba em qual delas você mais se encaixa


* Daniela Lago Chaves Koerbel

O fator motivacional ou simplesmente motivação é visto comumente como uma mola propulsora de cada ser vivente. Como se a capacidade ou habilidade de se fazer alguma coisa estivesse necessariamente atrelada à condição motivacional de cada um.

Mas, o que seria de fato a “motivação”?
É válido ressaltar que o fator motivação não surge isoladamente e sim constitui-se num processo subjetivo e intrínseco de cada sujeito. Ou seja, o que “motiva” um dado atleta a jogar futebol pode ser absolutamente diferente de outro atleta, que é motivado por corridas de rua. O que quero dizer é que a motivação para a escolha e, por conseguinte, execução de uma determinada modalidade esportiva tem relação com sua cultura e com seu contexto bio-psico-social. E tal contexto não é exatamente igual entre os seres (mesmo que de uma mesma família), uma vez que cada um concebe a realidade de uma maneira e porque cada um é um ser único com suas singularidades.

“os motivos são construções hipotéticas, que são aprendidas ao longo do desenvolvimento humano (ontogênese) e servem parta explicar os comportamentos dos indivíduos. (...) Assim, as experiências vividas pelas pessoas são fundamentais para definirem suas estruturas de motivos. Uma vez que os motivos são predisposições dos próprios indivíduos.”(WINTERSTEIN,2011)

Tal assertiva confirma que o que funciona como fator motivacional para um corredor de rua, por exemplo, pode ser completamente do que motiva outro corredor de rua. Ou seja, o que talvez sirva de motivação para um, não seja o que sirva de motivação para outro.

Tendo já feito uma pequena revisão do que significa o fator “motivação” na vida esportiva de uma atleta, pode-se verificar que existem dois tipos de motivação: a motivação extrínseca e a motivação intrínseca.

A motivação intrínseca é aquela que já nasce dentro de cada ser, ou seja, é inerente de cada ser humano, seja ele do meio esportivo ou não. Esta confere prazer em aprender, em executar determinada atividade, em simplesmente atingir uma meta ou metas. Este tipo motivação é evidente e está em voga na mídia, nas academias, nas assessorias esportivas, pois diz que deve-se ultrapassar os próprios limites, ou seja, a motivação intrínseca trata da AUTO-SUPERAÇÃO.

Já a motivação extrínseca, como o nome sugere, é externa ao sujeito em si, uma vez que para ela existir é necessário que algo de fora supra este tipo de motivação. Ou seja, é conditio sine qua non que, por meio da execução de uma atividade física ou intelectual haja uma recompensa, algo de fora que motive o sujeito ter realizado tal tarefa.

Pode-se dizer que quando o atleta corredor de rua, por exemplo, tem por motivação receber um prêmio por conta de sua vitória em uma competição, seja este prêmio em pecúnia ou apenas sob a forma de um troféu de ouro, quer dizer que este atleta está conferindo maior importância à recompensa do que ao mérito de ter se auto-superado ou apenas quebrado seu recorde pessoal. Neste caso, a motivação extrínseca está corrompendo a motivação intrínseca.

É válido ressaltar que a motivação intrínseca é geradora de satisfação, de alegria, de prazer, de sentimento de dever cumprido, enquanto que a motivação extrínseca é capaz de perecer ao longo do tempo. E você, corredor de rua, encontra-se motivado em sua vida pessoal? E na prática esportiva, você tem se deixado guiar pela motivação intrínseca ou apenas pela motivação extrínseca?

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* Daniela Lago Chaves Koerbel
*Psicóloga do Esporte – CRP 08/10496
*Colaboradora do Laboratório de Psicofisiologia do esporte e do Exercício-LAPPES-UFPR
*Colaboradora da Comissão de Psicologia do Esporte do Conselho Regional de Psicologia do Paraná.
*Colaboradora da Comissão de Avaliação Psicológica do Conselho Regional de Psicologia do Paraná.



MATÉRIA DA REVISTA O2

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