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quinta-feira, 29 de março de 2012

Testosterona em mulheres

Testosterona em mulheres


Saiba quais são os benefícios e os malefícios da aplicação do hormônio masculino no organismo feminino


Por Renan Santiago

Qualquer atleta de alto rendimento vive uma busca incessante por uma maior performance. Alguns desses esportistas, tentados pela expectativa de resultados rápidos, recorrem ao uso de substâncias proibidas para alcançar seus objetivos.

Recentemente, a velocista britânica Bernice Wilson foi punida pela UK Anti-Doping, entidade que regulamenta o doping no Reino Unido, com quatro anos de suspensão. Wilson foi afastada do esporte devido ao uso de substâncias como a testosterona, hormônio masculino que tem como função o desenvolvimento e a manutenção da musculatura e das características sexuais secundárias dos homens.

Entretanto, não é só na elite esportiva que o problema ocorre. Ele é muito mais recorrente no meio amador, em que não há nenhum tipo de fiscalização ou controle. Qualquer um que frequente uma academia ou que pratique esporte sem o intuito de competir em alto nível pode ter acesso a substâncias desse tipo.

Sabe-se que os homens são os maiores usuários da testosterona e que seu uso descontrolado provoca vários efeitos adversos, como a esterelidade e a impotência, por exemplo. No entanto, é entre as mulheres que as consequências são mais preocupantes.

A ginecologista e obstetra Denise Gomes adverte que "a testosterona já é produzida no ovário e nas glândulas suprarrenais femininas em doses saudáveis. A aplicação não natural do hormônio implica em uma série de modificações corporais e comportamentais”.

Quais as reações do hormônio masculino na mulher?
Dentre as possíveis reações no corpo feminino estão: o engrossamento da voz, o crescimento de pêlos no rosto e mãos, o aparecimento da acne, crescimento do clitóris e outras alterações físicas. A ginecologista explica que o corpo não sofre somente com mudanças estéticas: "A substância está implicada com elevação do mau colesterol e redução do bom colesterol, elevação da pressão alta, prejuízo na metabolização hepática, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e morte súbita".

Tais reações dependem diretamente da quantidade de hormônio e seu tempo de utilização, mas podem ser revertidas. "Quanto maior a exposição à testosterona, mas difícil a reversão dos sintomas, porém, as reações físicas, como a elevação da pressão arterial e o desequilíbrio do perfil lipídico - dosagens de colesterol - são mais fáceis de se reverter, diferentemente dos efeitos psíquicos, que são mais difíceis", esclarece a médica.

O uso correto da testosterona
Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não aprove o uso do hormônio para fins desportivos ou estéticos, ele pode ser recomendado em casos específicos, como na menopausa, em que a reposição da testosterona é útil para restabelecer a libido, combater a perda de massa muscular, retardar as alterações no organismo decorrentes da parada de funcionamento dos ovários, além de benefícios da vida sexual. Há recomendação também no tratamento de alguns cânceres e anemias severas. Em todos os casos deve haver o acompanhamento de especialistas da área.

Portanto, corredora, lembre-se: o uso da testosterona é perigoso e enganador. Sim. A substância aumenta o porte dos músculos, mas além de provocar os males descritos acima, ela não aumenta proporcionalmente o tamanho dos tendões de sustentação. Isso pode causar lesões ortopédicas, como entorses ou até mesmo a sua ruptura.



MATÉRIA DO SITE DA REVISTA O2

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